Valores- O que é importante na nossa vida

Viver os valores, viver melhor.

Conhecer os seus valores e a sua importância relativa ajuda-nos a ter uma vida feliz e saudável.

O que é um "valor"?
Valores são palavras genéricas que incorporam o que é mais importante para nós. Estão intimamente ligados às nossas crenças acerca do que é bom ou mau, certo ou errado.
Valores são motivadores inconscientes que conduzem os nossos comportamentos. Muitas vezes não temos a consciência directa da sua presença, mas percebemos muito bem quando as nossas acções estão alinhadas ou desalinhadas com os nossos valores.
Exemplos:
A Joana gosta da praia para satisfazer o valor de melhorar a sua saúde, para beneficiar do estado de relaxamento que é produzido mais tarde, para apreciar o calor do sol e do mar, etc. A sua amiga Raquel valoriza ficar bronzeada e passa o tempo deitada na toalha.
O Luís toma bebidas alcoólicas para desfrutar do ambiente social, para apreciar o gosto da bebida, etc. O seu amigo José não aprecia o vinho, mas bebe shots para se sentir menos inibido. Ambos bebem quando se encontram numa festa mas têm valores diferentes a orientá-los.
A Maria compra as roupas da moda para satisfazer um valor estético (parecer bem, ter uma aparência cuidada), ou segurança (procurar o emprego certo). A sua colega Renata preza acima de tudo a liberdade que associa ao vestir informal. Às vezes, recebe críticas porque não se veste de acordo com a imagem da empresa em que trabalha.

PRAZER OU DOR?
Tudo que fazemos é um meio para um fim directo: obter prazer ou afastar a dor. Mas, atrás disso, está a necessidade de satisfazer um valor.
Apesar de pessoas diferentes afirmarem que escolhem os mesmos valores, a forma como os vivem e os comportamentos que adoptam podem ser muito diferentes. Porquê?
À volta dos valores (que são conceitos abstractos), construímos uma nuvem de crenças e atitudes.
Exemplo:
O Mário e a Rita apontam o Amor como sendo o seu valor mais importante.
Mário acredita que é muito difícil encontrar alguém para amar. O segundo valor que ele escolhe é a justiça. Para Mário, o amor só pode ser vivido num quadro em que seja feita justiça e ele sente que o mundo o tem tratado mal.
Rita pensa que o amor está em todas as coisas, seres e acções. Não tem presentemente um parceiro sentimental mas está confiante que encontrará facilmente uma alma que vibre com a sua na frequência do amor a dois.
O segundo valor mais importante para Rita é a honestidade. Ela sente-se confortável com a ideia de que o seu parceiro irá também partilhar esse valor.
Não admira que o Mário e a Rita sejam tão diferentes, apesar de partilharem um valor de topo comum.

Outro factor em ter em conta é a forma como o valor nos orienta, respondendo à pergunta: Em que medida somos mais atraídos pela satisfação do valor ou somos repelidos pela sua insatisfação?”
Com um exemplo, percebe-se melhor:
O Rui e a Marta são casados e partilham muitos valores em comum. Para ambos, a sinceridade é um valor fundamental. Contudo, o relacionamento está a degradar-se porque não se entendem acerca da vivência da sinceridade. Rui exige que Marta lhe conte todos os pormenores sobre a sua vida e com quem se relaciona, no trabalho e na sua roda de amigos. E faz isto, precisamente em nome da sinceridade que deve nortear o seu casamento.
Marta sente-se ofendida com as exigências de Rui, responde-lhe que a sinceridade é para ser vivida com confiança e é o estado natural da sua vida. Por ser sincera consigo própria, não admite a intrusão de Rui na esfera da sua intimidade.
O que se passa é Rui teme acima de tudo a falsidade, provavelmente por que algum acontecimento da sua vida (enquanto criança, talvez) o levou a ter uma crença do género: “a falsidade causa-me um sofrimento intolerável”.
Entretanto, Marta viveu numa família que cultivava um sentimento de grande abertura e confiança, onde a sinceridade era estimada e vivida sem dúvida e sem conflito.
Podemos dizer que, em relação ao valor sinceridade, Rui tinha uma atitude ‘afastamento’ (do seu contrário – falsidade) e Marta tinha uma atitude ‘aproximação’. Rui temia a dor da quebra do seu valor e Marta apreciava a satisfação que ser sincera lhe dava.

QUAIS SÃO OS GRANDES DESAFIOS PARA VIVERMOS HARMONIOSAMENTE OS NOSSOS VALORES?
1. Actualização.
Ao longo da nossa vida, acumulámos experiências que codificámos como positivas e negativas. Aprendemos a respeitar ou temer valores desde tenra infância. Alguns deles podem ter ultrapassado o seu prazo de validade e já não fazerem sentido para nós, presentemente. Ou fazem sentido, mas não a forma como os vivemos e encaramos.
Os valores são peças do nosso modelo do mundo. Um modelo do mundo flexível e disponível para actualização permite-nos manter a capacidade de aprender e de adaptarmo-nos às mudanças do mundo em redor.
2. Contexto e hierarquia.
Será que temos os mesmos valores em diferentes contextos? Provavelmente não. Mas fará sentido que os valores de vida a que damos mais importância (valores de topo) não se manifestem em todos os nossos contextos ou papéis sociais?
Examinar a hierarquia dos nossos valores é também uma maneira de os actualizar. Podemos compreender melhor com um exemplo. Alguém que sempre teve a Disciplina como valor principal e a Flexibilidade como valor muito secundário pode, a dada altura da vida, reexaminar a posição relativa destes valores porque se tornou realmente perceptível e evidente que precisa de ser mais flexível, mesmo que em detrimento da disciplina.
3. Passando à prática.
De quantas maneiras diferentes dispõe para satisfazer os seus valores principais? Na PNL insistimos que ter escolhas é melhor do que não ter. Se dispuser de mais comportamentos que cumpram os seus valores, poderá escolher os que lhe trazem mais vantagens e respeitam melhor a sua missão de vida, não acha?
Para cumprir valores, temos orientações que são, de facto, regras práticas. Mais um exemplo: se tenho valor Justiça, de que forma o exerço? Ou o que tem de acontecer para que sinta que há Justiça numa dada situação?
Naturalmente, é melhor ter poucas regras claras e simples do que muitas confusas ou complexas.

A PNL é uma tecnologia e arte de nos conhecermos melhor, comunicar com qualidade e desenvolver o nosso potencial. Os valores e os sitemas de crenças associados são um dos focos de trabalho da Programação Neuro Linguísitca. Pergunte-me como a PNL o pode ajudar, seja através de coaching, seja através de formação.

Carlos Baltazar
Publicado em 28/06/2021

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