Foi você que disse que tinha um problema?
Tenho um problema, sou um problema, vivo um problema ou faço um problema?
A linguagem que usamos pode mudar completamente o enquadramento de qualquer tópico.
As circunstâncias externas podem ser muito difíceis, mas, na maior parte dos casos, nós fazemos o nosso problema.
E fazêmo-lo através da forma como interpretamos e criamos a realidade subjectiva.
E como nos amarramos às nossas crenças limitadoras que assim nos impedem de usar todos os nossos recursos.
Se eu faço o meu problema, tenho uma grande vantagem: conheço os seus segredos e fico mais próximo da solução.
O que nos move?
Basicamente, somos seres inquietos, insatisfeitos, permanentemente em busca de algo que nos falta. Pode ser um objecto externo, tal como um alimento, um livro, um curso, um carro, umas férias, etc. Ou pode ser um objecto interno, um sentimento ou estado emocional.
E, ao fim e ao cabo, o que esperamos dos objectos externos que adquirimos com maior ou menor custo? Esperamos que nos tragam qualquer coisa da qual possamos usufruir e, consequentemente, que nos façam sentir bem.
E não é verdade que sentirmo-nos bem, desfrutando de uma boa experiência subjectiva, é o nosso maior desejo? Às vezes chamamos a um estado de permanente bem sentir - felicidade!
Quando temos a sensação de que podemos atingir aquilo que queremos, mesmo que com dificuldades, estamos perante problemas com p pequeno, talvez lhes possamos chamar de desafios. Os Problemas que sentimos com peso e que degradam a nossa qualidade de vida surgem quando entendemos e sentimos que não nos é possível atingir o que desejamos. Em linguagem da PNL, os recursos que julgamos possuir não chegam para ultrapassar os impedimentos.
Segundo a PNL, Programação Neuro Linguística, a nossa mente está sempre a interpretar os acontecimentos, que podem ser externos, observados pelos sentidos, ou internos (como uma memória, um pensamento). Com a interpretação, estão presentes ou surgem os sentimentos e emoções.
Sabemos também que percepção é projecção, isto é, aquilo que percepcionamos está influenciado pelo conteúdo prévio da nossa mente.
Parece evidente também que o mapa não é o território. Querendo isto dizer que a pequena realidade que construímos dentro de nós nunca é a grande realidade na sua total complexidade.
Podemos, pois, concluir que a percepção dos problemas depende dos significados que damos aos eventos e dos sentimentos que nos envolvem.
Um corolário do que expus acima é que os Problemas permanecem devido ao Estado em que ficamos. Ou seja, como diz John Grinder, o problema é não é o problema.
O problema é o estado em que entras no contexto em que o problema se manifesta.
Um exemplo prático pode ilustrar esta asserção. A Sofia tem um problema, não consegue falar em público. Ela sabe que isso é um problema porque, assim que enfrenta uma audiência, fica perturbada, ansiosa, começa a corar, a gaguejar, esquece-se do que tinha a dizer, entra em grande sofrimento.
Não lhe digam que não tem um problema, a ansiedade toma conta dela assim que pensa que vai falar em público. E, bem entendido, o problema agrava-se porque ela queria progredir na sua carreira e isso implica, justamente, fazer apresentações para grandes grupos.
O que acontece à Sofia? Provavelmente o seu inconsciente ‘aprendeu’ que falar em público é penoso e apresenta-lhe imediatamente o pior cenário quando ela considera essa possibilidade. De uma forma algo perversa, a mente da Sofia quer protegê-la.
Ela estudou técnicas de oratória e sabe elaborar apresentações, o problema é que não tem confiança e antecipa o desastre.
Então, lá está, o problema é o estado emocional em que entra durante ou até antes de se apresentar em público.
A Sofia pode trabalhar estas questões sozinha, mas ganharia muito em obter assistência profissional para conseguir ultrapassar as suas crenças limitadoras, desligar os padrões do passado que continuam presentes nos seus medos e elaborar novas estratégias.
O grande objectivo da PNL é desenvolver a capacidade de gerir o estado pessoal. Fazemos isto através do foco, da fisiologia e da linguagem que empregamos para pensar e para comunicar.
Queres saber mais sobre a Programação Neuro Linguística e como usufruir das suas ferramentas? Aguardo o teu contacto.
Carlos Baltazar, Coach, Master e Trainer de PNL. Membro da APPNL- Associação Portuguesa de PNL.
Carlos Baltazar
Publicado em 04/10/2022