Já caíste na armadilha do perfeccionismo?
Eu já tive um cliente que se queixava de não ter amigos nem relações estáveis. Pior, sofria de insatisfação e frustração permanentes. Bem desagradável!
Nunca pensamos nada completamente novo, pelo menos no sentido em que tudo o que pensamos já tem um quadro de referência e decorre de uma escolha, de uma atitude ou de uma convicção.
Um dos quadros de referência possível é o do perfeccionismo.
A moldura mental que favorece a criatividade e a viabilidade das ideias novas é a que combina sonho com realismo crítico e aceita a companhia da dúvida, da hesitação e do erro. Não a do perfeccionismo.
O perfeccionista distingue-se do amante das coisas bem-feitas. Este namora a possibilidade de se exceder e procura nos problemas o casamento perfeito entre as possibilidades e os desafios, sabendo que não há casamentos perfeitos - há compromissos entusiasmantes.
Por contraste, o perfeccionista fica preso ao seu acto de amor solitário com o seu sonho, que nem sequer é entusiasmante porque lhe falta a generosidade de aceitar o erro.
Um dos efeitos perniciosos do quadro de pensamento do perfeccionista é secar o terreno à sua volta.
Em vez de estimular a criatividade dos outros, o perfeccionista, mesmo sem o desejar, impede a participação das ideias que se desenvolvem no quadro da tentativa e erro e que muitas vezes precisam de crescer no jardim da criação imperfeita.
A PNL e o Perfeccionismo
Numa perspectiva de PNL, a técnica Reenquadramento em Seis Passos poderia ser empregue num caso de perfeccionismo nocivo. Outra abordagem poderia ser a Transformação Essencial. Naturalmente, poderá haver crenças limitadoras subjacentes que deverão ser elicitadas e transformadas. Trata-se também de uma estratégia disfuncional que poderá ser interrompida através de métodos simples.
Carlos Baltazar
Publicado em 23/04/2020