Frustração? Não, obrigado…

Os teus objectivos são atraentes ou não passam de grandiloquentes?

De acordo com a sugestão do coach Michael Neill, se aspirares a ter um dia médio, provavelmente vais ter um dia excelente. Não se trata de ter expectativas pobres.

Trata-se de fugir à maldição da excepcionalidade. Não podemos ser todos ou sempre excepcionais. Por vezes, devemos simplesmente desejar ser bons, estar na média, corresponder a expectativas razoáveis, alinhadas com uma percepção realista do nosso potencial.

Felicidade e os sucessos materiais

Se procurar sempre a felicidade nos sucessos materiais, estarei a caminhar na senda da frustração. Os objectivos são um excelente instrumento para focar a energia e criar coisas com valor. Mas não têm muita utilidade para aumentar o nível fundamental de felicidade e bem-estar. Porquê? Porque os objectivos estão no exterior do nosso ser essencial, quer seja uma viagem, uma promoção profissional, ou uma casa melhor. E a fonte de bem-estar, segurança e felicidade não está aí, mas no nosso interior. Os objectivos poderão até tornar-se tóxicos se pensarmos que só ao atingi-los poderemos obter o contentamento e a satisfação.

Faz um favor a ti próprio, e dá a melhor qualidade de vida ao único momento em que estás vivo: agora.

É uma ilusão pensarmos que só nos vamos bem depois de ter atingido o Objectivo. Ao contrário, é o facto de já nos sentirmos bem que permite atingir o Sucesso.

Frustração

A frustração emerge naturalmente quando as nossas expectativas são insatisfeitas. O erro não está em ter expectativas, o erro está em ligá-las a coisas que estão fora da nossa esfera de influência, particularmente ao comportamento de outros. Segundo Steve Gilligan, um Objectivo que valha realmente a penda prosseguir deve ser Positivo, Sucinto e Ressonante.

Positivo porque o nosso inconsciente não conhece negações e não podemos criar representações mentais daquilo que não é, somente daquilo que É.

Sucinto (em 5 palavras ou menos) porque um objectivo não é uma história, apesar de podermos usar histórias a favor dos nossos objectivos. Se empregarmos muitas palavras para descrever o nosso objectivo rapidamente caímos numa narrativa complicada que não ajuda a manter o foco.

Ressonante porque um objectivo motivador deve mobilizar todo o corpo e todas as dimensões do sujeito. Ao declarares o teu objectivo ressonante, poderás senti-lo a vibrar dentro de ti.

Experimenta declarar o teu Objectivo ao mundo com uma voz ressonante. Não tens de ir para a janela gritar, embora isso pudesse ser interessante. Basta imaginar que soltas a tua voz interior e a deixas falar alto com o mundo, afirmando o que que queres, porque o queres e para que o queres.

E, em vez de inflacionares muitas expectativas, alimenta a esperança que se baseia na confiança das tuas competências e na fé do teu valor.

Carlos Baltazar
Publicado em 23/04/2020

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