“A busca começa sempre com um anseio. Sentimo-nos descontentes, confinados, alienados ou vazios. Frequentemente, nem sequer temos um nome para isso que nos falta, mas ansiamos essa misteriosa coisa.”
CAROL S. PEARSON *
Na PNL (Programação Neuro Linguística) usamos os modelos de Valores e Meta-Programas para compreender os motores subconscientes da motivação e dos padrões comportamentais das pessoas.
Desde 2004, tenho estudado e usado a PNL tanto em Coaching como em Formação, mas não considero, de forma alguma, que a PNL se esgote naquilo que tem constituído os programas das certificações Practitioner e Master.
O modelo dos Arquétipos surgiu-me muito naturalmente ao procurar que forças ainda mais inconscientes estão presentes na natureza de ser humano.
Jung e seus sucessores descobriram que, no nível do inconsciente profundo, a psique de cada pessoa está enraizada naquilo que se tornou conhecido como "inconsciente colectivo".
O Inconsciente Colectivo, a que todos temos acesso, é composto de padrões instintivos e configurações de energia (Arquétipos) provavelmente herdadas geneticamente ao longo das gerações da nossa espécie.
Estes Arquétipos constituem os fundamentos dos nossos comportamentos – os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e as nossas reacções humanas mais comuns.
Eles são os geradores do imaginário de que estão mais próximos os artistas, poetas e outros visionários.
Jung relacionou-os directamente com os instintos presentes em outros animais. Na nossa espécie, em vez de falarmos de instintos que nos governam, podemos falar de arquétipos que orientam (mas não condicionam) a nossa vida como linhas de força invisíveis.
(A partir de Robert Moore, Doug Gillette)
Os arquétipos ajudam-nos na nossa jornada de vida de sete formas principais:
- Quando um arquétipo é activado na nossa vida, ele fornece uma estrutura que possibilita o crescimento imediato. Como recursos de que ninguém é proprietário, os arquétipos pertencem ao inconsciente colectivo. Assim, os arquétipos ajudam-nos a crescer e desenvolver.
- Compreender os arquétipos pode ajudar-nos a fazer as pazes com a nossa vida.
Percebemos que energias estiveram em jogo em diversas fases do nosso desenvolvimento e como nos levaram a tomar decisões e a actuar de formas que hoje podemos lamentar. - Reconhecer os arquétipos pode reforçar a liberdade para escolher a vida que desejamos.
- Reconhecer os arquétipos pode ajudar-nos a alcançar o equilíbrio e a realização pessoal.
- A consciência dos enredos (dinâmicas) arquetípicos que determinam a nossa vida pode dar-nos a liberdade para persistir em cometer os mesmos erros repetidamente ou, ao invés, virar a página com a escolha de outras atitudes e estratégias.
- O reconhecimento arquetípico pode ajudar-nos a entender melhor os outros e como eles criam o seu modelo do mundo.
- Compreender a base arquetípica das maneiras pelas quais as pessoas vêem o mundo e lidam com a realidade não apenas pode tornar-nos mais capazes de entender estes processos, mas também ajudar-nos a ver além dos preconceitos inconscientes que os formadores de opinião pública frequentemente trazem para seu trabalho.
Os arquétipos são entidades misteriosas, comparáveis com fluxos de energia. Eles podem ser entendidos como um ímã sob uma folha de papel. Quando limalhas de ferro são espalhadas sobre o papel, imediatamente se organizam em padrões ao longo das linhas de força magnética. Podemos ver os padrões das limalhas no papel, mas não podemos ver o ímã sob o papel - ou, melhor, nunca podemos ver a força magnética em si, apenas a evidência visível de sua existência. O mesmo é verdadeiro para os arquétipos. Eles permanecem ocultos, mas nós experimentamos seus efeitos - na arte, na poesia, na música, na religião, nas nossas descobertas científicas, nos nossos padrões de comportamento, de pensamento e sentimento. Talvez em todo os produtos da criatividade humana.
Segundo Pearson, “Na nossa jornada somos auxiliados por guias internos, ou arquétipos, cada um dos quais exemplifica uma maneira de estar na jornada... Cada um tem uma lição para nos ensinar e preside a uma etapa diferente do nosso desenvolvimento.”
Esses arquétipos são nomes dados aos recursos humanos básicos, características e capacidades que são incorporadas no substrato biológico dos seres humanos. São maneiras de categorizar e falar sobre a capacidade humana de cuidar dos outros, defender e defender-se, sentir maravilha e confiança e experimentar um sentimento de perda (entre muitas outras coisas). Convocamos os arquétipos para realizar as tarefas fundamentais do desenvolvimento humano, como aprender a confiar, ser autónomo, encontrar a nossa identidade e o nosso trabalho, viver em integridade e transmitir o que aprendemos a outras pessoas. Ao fazer isso, empreendemos a jornada do herói (metaforicamente), combatemos os nossos dragões (como, por exemplo, as expectativas das outras pessoas para nós), encontramos os nossos tesouros e a nossa identidade e voltamos para compartilhá-los com a comunidade.
Os recursos arquetípicos vivem em cada um de nós e podem ser activados, desenvolvidos, despertados ou chamados em vários estágios e idades de nossas vidas. Entretanto, embora os arquétipos sejam predisposições universais e inatas, eles aparecerão de forma diferente para cada pessoa, porque são filtrados através da nossa cultura e experiências de vida.
Alguém que empreende uma jornada já é um herói em potência.
A jornada do herói é, em primeiro lugar a busca do tesouro do seu verdadeiro eu, onde o ego se encontra com a alma.
O Ego é a instância executiva da mente, baseado no reconhecimento de que há um ‘Eu’ separado da mãe e de todos os outros seres, um ‘Eu’ que pode ter impacto no mundo. O Ego adulto amadurecido desenvolve as suas capacidades de forma a satisfazer as necessidades humanas como segurança, conexão, etc. Também aprende a equilibrar as necessidades individuais com as necessidades dos outros, contribuído para a formação e sobrevivência de comunidades.
A Jornada do Herói é a história do desenvolvimento pessoal através de toda a vida. O papel do coach/terapeuta é alguém que ajuda os seus clientes a activar os seus inerentes recursos para cumprir as tarefas de desenvolvimento e encontrar um caminho que seja o seu.
No curso de 12 Arquétipos na Jornada da Vida criado e orientado pela Academia Voar a Cores (Carlos Baltazar e Margarida Macedo), combinamos as abordagens de Arquétipos com a Jornada do herói (Campbell), estruturando o desenvolvimento do curso conforme as etapas de desenvolvimento do EU:
- Construir o EGO (Arquétipos: INOCENTE – ORFÃO – GUERREIRO – CUIDADOR)
- Encontrar a ALMA (Arquétipos: BUSCADOR – CRIADOR – DESTRUIDOR - AMANTE)
- Preencher o SELF (Arquétipos: REI – SÁBIO – MAGO - BOBO)
Poderá ler mais sobre este tema aqui:
voaracores.pt/blog/arquetipos-12-forcas-na-jornada-da-vida
Carlos Baltazar
Publicado em 04/06/2020